quinta-feira, 23 de junho de 2011

O direito fundamental ao almoço

Caramba, acho que sou a pessoa mais saudosista que eu conheço.  Tenho cá minhas dúvidas se isso é bom ou não. Nessa onda de lembranças aguçada pela saudade dos amigos de Timor-Leste, lembrei do Dr. Benevides Correia Barros, advogado timorense. Peça raríssima que não leva desaforo para casa. E valiosa num sistema que estimula a subserviência dos patronos em juízo.
Há um caso dele que é difícil esquecer: certo dia, estávamos numa audiência que começou cedo e ameaçava avançar pela tarde sem intervalo, para desespero de todo mundo, inclusive meu. Por volta de uma e meia ergue-se o Dr. Benevides de sua cadeira e pede a palavra. Inflamado, dispara: “Meritíssimo, requeiro a imediata suspensão desta audiência!”. O juiz português, intrigado, indaga: “Doutor, qual o fundamento do seu pedido?”. Sem pestanejar, vira o advogado e solta a seguinte pérola: “Invoco aqui o meu DIREITO FUNDAMENTAL AO ALMOÇO, MERITÍSSIMO!”.
Pego de surpresa com argumento tão irrefutável e deveras inusitado, não restou ao magistrado outra alternativa senão interromper os trabalhos. E fomos para casa exercer nossa justa prerrogativa. Iluminado esse Dr. Benevides.

2 comentários:

  1. Como anda as coisas ai por BH???
    espero que esteja tudo bem....
    agora começa a aparecer as perolas do TIMOR....

    Grande abraço...

    Rogério e Rita

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  2. Adorei! Esse advogado sabe das coisas! Rs

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