terça-feira, 16 de novembro de 2010

Curiosidades indonésias

Penso que todas as esquisitices de um povo devem ser toleradas pelo estrangeiro. Os brasileiros, aos olhos do sueco, são criaturas de outro planeta. Mas como vivo ao lado dos indonésios (e por eles não morro de amores), não resisto à tentação de revelar aqui alguns hábitos que, numa primeira análise, são no mínimo peculiares. E não digo isso só porque na Indonésia o pessoal adora um viralatinha ensopado, frito ou assado. A situação deles envolve pouca preocupação com higiene e saúde. Ressalto que os (quase) 25 anos de ocupação de Timor Leste transferiram para os timorenses a maioria dos costumes do vizinho, infelizmente.
Em primeiro lugar, indonésio não é chegado em banho, mesmo vivendo num clima tropical úmido. Também pudera: a limpeza do corpo é feita na base da canequinha (seja a pessoa rica ou pobre). Os banheiros, sem pia, têm um recipiente para armazenar a água e o sujeito pega a caneca, limpa do jeito que dá e fica por isso mesmo (para demonstração, tirei foto do banheiro de um restaurante em Atambua). Alguém poderia dizer que os franceses também não gostam de tomar banho. Fato é que na Europa a água é caríssima e o clima completamente diferente.
Outro detalhe do banheiro indonésio: não tem vaso sanitário. Se eu morasse lá, estaria frito, porque adoro ler um livrinho no trono. A privada é no chão (um buraco apenas). E a descarga? Não existe. Usa-se a boa e velha canequinha para empurrar o que for possível. Bebê de Rosemary que não desce, fica por lá dias ou semanas. Conheci até uma médica alemã que foi para a Indonésia com um único objetivo: ensinar os indonésios a rolar bosta. Que dureza! Hilária uma propaganda do Pato Purific (ou Harpic) que assisti em Bali. Idêntica à propaganda brasileira, só que a dona de casa lambreca o produto nas beiradas da latrina, ao invés do vaso sanitário. E depois a titia indonésia vem com a caneca e, como se estivesse dando descarga, despeja a água por cima.
Fugindo do assunto banheiro, frequentemente vemos pessoas com horrorosas unhas longas, daquelas de fazer inveja no Zé do Caixão. Fui investigar sobre isso e apurei que eles pensam assim: unha grande (e quase sempre suja) é sinal de status porque isso significa que aquela pessoa não realiza trabalho braçal. Quem tem unha grande na Indonésia, portanto, não pega na enxada...
Lembro ainda que por lá come-se com a mão (vi isso em restaurantes), arrota-se em qualquer lugar público (principalmente em aviões), enterra-se parente no quintal da casa (ver fotografias abaixo), usam-se roupas de frio, mesmo sob calor infernal e, por último, a mesma camisa, camiseta ou moleton usado na segunda-feira pode ser reutilizado até domingo. Haja Omo e danem-se os asseados!




9 comentários:

  1. Você se superou. Ri até não poder mais,mas senti uma dor esquisita na boca do estômago ao ver o banheiro.Já usei latrina ( acho mais "chique" que privada, pois vem do latim) no chão e já tomei banho até numa cascatinha que ficava nos fundos da casa de uma fazenda antiga lá pros lados de João Pinheiro.Mas, nas minhas andanças por este Brasil, nunca vi coisa mais nojenta que esse banheiro.
    Quanto aos parentes, enterrados no quintal,fiquei pensando na contaminação do solo e no medo que eu teria de algum deles vir me assombrar de noite.Bjos.

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  2. Haha...esse banheiro é muito tosco! Mas se você visse as unhas de uns indonésios em Kupang, ia vomitar. Coisa nojenta demais. Beijo!

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  3. Você abusou....do meu estômago.Credo!
    Ia contar-lhe a respeito da privada da fazenda de uma pessoa nossa conhecida, que era a coisa mais nojenta que já vi na minha vida. Só que a dita ficava do lado de fora da casa. Um caso inesquecível! Deixa pra lá!
    O povo indonésio tem um cheirinho característico de sujeira? Suor, porcaria... Ainda bem que vocês já estão quase iniciando a volta, pois estão completando 6 meses de ida, não é? Bjs

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  4. Meu amigo já vi coisas piores, pena que não dá para postar uma fotinha.........
    mas é isso para pior...imagina o que passo o dia inteiro no Sol com os caras do lado......

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  5. Puxa vida. Lembrei de uma fazenda do tio de um amigo meu, em que o banheiro era uma fossa. Quis voltar no dia seguinte, é claro. E mais óbvio ainda, é que o meu intestino não funcionou. Como é que eu viveria na Indonésia? kkkkkkkkkk... Entupida, é claro. rsrs. E o cheiro de suor? Ah nem... Imaginem o quanto que eu passaria mal se estivesse grávida da Luiza na Indonésia? kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Sem comentários.

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  6. Tinina, pessoal que usa o mesmo moleton de segunda a sexta no sol forte (e toma banho de gato) fica naquela fuafa que dá pra imaginar.Bjo.

    Rogério, se você falou tá falado. Afinal de contas, com legionário nâo discuto!...haha. Valeu bicho.

    Bila, na Indonésia você estaria lascada mesmo. É tosqueira demais junta. Beijo pra você e pra Luiza (pro Rogério, um ABRAÇO).

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  7. Que horror Cirilo!!! Só uma perguntinha, sua casa aí tb tem um banheiro desses??? heheheheheh
    Lilian Horta

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  8. Ei Lilian! Bem vinda! Graças a Deus, nosso banheiro aqui em Dili é normalíssimo...mas confesso que quando vi essa 'casa de banho' da foto, meu estômago apertou. Um beijo!

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  9. Nuss! Confesso que morri de rir com essas fotos, e, mesmo sendo mulher, não deixo as unhas crescerem muito, até porque trabalho em hospital de medicina tropical, então, já viu, né? Unha grande nem pensar! Essa do banheiro fiquei com nojo, mas já vi casas assim, com a famosa “casinha”, heheheh essas fotos me tiraram a vontade de conhecer a Indonésia, pois são nojentas demais! Kkkkkkk

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