quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Nem os Flintstones ficavam de fora


Numa época em que aspirar monóxido de carbono com nicotina e outras incontáveis substâncias tóxicas era cool, até os mais inocentes personagens do imaginário infantil pegaram carona na onda do tabaco. Achei na internet um vídeo dos Flintstones mandando brasa num careta, felizes da vida. Isso em comercial do Winston veiculado na década de 60, muito depois de Humphrey Bogart e do antológico Casablanca, de 43.
Até bem pouco tempo atrás, os descolados não abriam mão do cigarrinho na hora do recreio do colégio. Ser pra frentex na adolescência todo mundo sabe que é sinônimo de sucesso garantido.
No início de 2010, os donos de casas noturnas de Belo Horizonte ficaram em polvorosa com a nova lei antifumo, que proíbe acender cigarro em ambientes fechados particulares e em prédios públicos de Minas Gerais. O teimoso que for flagrado baforando fumaça em lugar proibido pode gerar multa altíssima ou até interdição do boteco.
Logo antes de sair do Brasil, a situação era a seguinte: ou a pessoa segurava as pontas um tempão na fila para acesso ao 'fumódromo' ou punha-se num entra e sai do bar, durante a noite inteira.
Quem diria que do anúncio dos Flintstones chegaríamos a um controle tão rígido e às incômodas fotografias do moribundo cowboy da Marlboro, do feto engarrafado e do namorado com a bandeira a meio pau.
 O cerco se fechou no Brasil e tomara que um dia também se feche em Timor-Leste, reduto de europeus nicotinados.

3 comentários: