terça-feira, 22 de março de 2011

Hanói - parte 1


A primeira impressão que tive ao chegar no aeroporto de Hanói foi de que tinha desembarcado num lugar abandonado, fora do tempo, apesar dos grandes jumbos da Vietnam Airlines estacionados na frente dos hangares.
Não tinha vivalma no imenso salão de desembarque. À exceção do grupinho de turistas desorientados no guichê dos vistos (para entrar no país é preciso pedir o visto com antecedência pela internet e pagar uma taxa com o cartão de crédito).
Na hora de receber o visto no passaporte, uma luta. Desorganização extrema. Sem fila e documentos sendo preenchidos conforme o humor de cada funcionário da imigração (todos devidamente fardados, carrancudos, sem entender bulhufas de inglês).
Num frio ardido de 10 graus pegamos uma van e, no melhor estilo sardinha enlatada, fomos para Hanói, uns 40 quilômetros do aeroporto. O mesmo trecho de táxi sai pelo triplo do preço.
Na cidade, o detalhe que não escapa a ninguém é o borogodó causado pelas milhares de motocicletas zanzando e pela precária sinalização. Incrivelmente, quando fechamos os olhos e achamos que o desatre é iminente, surpresa: nada de mau acontece. Um buzina daqui, outro pára o carro acolá, o pedestre xinga e todos seguem incólumes. Difícil de acreditar.
Hanói é linda. O centro histórico chamado Old Quarter tem inúmeras lojinhas coloridas, instaladas em ruelas com ar meio decadente. E pessoas vendendo até dente de ouro da sogra a preço de banana. Bastam alguns dongs no bolso para comprar mochilonas falsificadas, quadros do Tintin (apenas uma dentre tantas influência européias no Vietnam) e badulaques inimagináveis (pinturas de todo tipo, escorpiões e cobras engarrafados, vestuário do exército vermelho e por aí vai). Ainda sobra dinheiro para o almoço.
Aliás, falando nisso, a comida deles, além de ser deliciosa, é também baratíssima. Com 10 dólares duas pessoas podem se esbaldar. Vale lembrar que os vietnamitas são exímios cervejeiros. Provei mais de 5 marcas diferentes e recomendo a Saigon (tão boa quanto a Bintang indonésia e a nossa Brahma).

Centenas de motocicletas, carros e pedestres num trânsito caótico. Surpreendentemente a coisa funciona.

Trânsito à beira do Lago Hoan Kiem, na região central de Hanói

Lago Hoan Kiem, cercado de prédios históricos. Herança de um tempo em que o Vietnam ainda levava a sério a doutrina socialista.

Rua do bairro Old Quarter.

Tomando a cerveja Hà Nói num dos bares do Old Quarter.

Foto em exposição no museu de guerra. Registro do momento em que franceses são rendidos pelas tropas vietnamitas, durante a Guerra da Indochina (1946-1954).


A Alice no museu de guerra, em frente a um helicóptero americano apreendido durante a guerra do Vietnam.


Passeio pelo mausoléu do Ho Chi Minh, revolucionário socialista e herói nacional. Ou "Tio Ho", para os mais íntimos.

Vestígio da guerra do Vietnam: destroços de um B-52 americano derrubado sobre um pequeno lago, no centro de Hanói. Memória do tempo em que os vietnamitas derrotaram as "forças imperialistas" norte americanas.

5 comentários:

  1. O seu texto e as fotos me fizeram recorrer à Wikipedia para saber um pouco sobre Hanói.Vale a pena.É uma história incrível como esse povo sofrido conseguiu manter sua identidade ao enfrentar tantos invasores.

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  2. Que zona este trânsito, e pensar que BH está caminhando para ficar uma zona parecida com esta. sds. Rogério.

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  3. Oi Cirilo, pelo jeito vocês estão aproveitando cada dia que resta por aí! Dou o maior apoio!!! Sabe que sempre tive curiosidade de conhecer o Vietnam? Principalmente depois que vi uma matéria na National Geographic sobre as lindas montanhas deste país. Quem sabe um dia...
    Beijos

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  4. Esse povo é bonzinho mas basta pisar no calo deles que a coisa muda de figura. Um beijo.

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  5. Rogério, vou tentar postar um vídeo sobre o trânsito de Hanói. Impressionante. Um abraço.

    Bia, conhecemos apenas Hanói e Halong Bay (coloco as fotos depois). O Vietnam merece uma visita com mais calma, do norte ao sul. Tem praias e montanhas lindíssimas. E o turismo não fica tão caro. Um beijo pra você.

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