
A guerra civil, além de levar à morte de dezenas de pessoas e à destruição de prédios e veículos, culminou na queda de Mari Alkatiri, naquela altura Primeiro Ministro de Timor-Leste.
É difícil negar que a instabilidade política de Timor foi ao encontro dos interesses da Austrália.
Proporcionou, de um lado, a saída do governo de um líder hostil a qualquer tentativa australiana de abocanhar o petróleo e o gás timorense e ligado à Fretilin, partido hegemônico com viés esquerdista.
E o caos forçou, ainda, o pedido timorense de envio de tropas militares australianas para conter a violência, fato que implicou enfraquecimento da soberania do Estado socorrido.
Em 2006, a jornalista independente australiana Maryann Keady escreveu o artigo intitulado “Timor Leste: Uma Nova Guerra Fria” (para ler o texto na íntegra, em inglês, clique aqui), no qual elenca os interesses primordiais de potências como EUA, Austrália e China e demonstra como é factível desestabilizar um país para, posteriormente, submetê-lo aos interesses econômicos internacionais. Eis alguns trechos interessantes do artigo:

Timor Leste é um dos países da região apanhados no fogo cruzado entre dois poderosos competidores estratégicos: China e os EUA.
Infelizmente, Timor- Leste está na vizinhança de algumas das rotas marítimas mais relevantes do Pacífico, notadamente o Estreito de Ombei Wetar, uma depressão de águas profundas entre os Oceanos Índico e Pacífico, importante para a passagem de submarinos e que será um ponto de estrangulamento marítimo em qualquer conflito futuro.
Políticos e comentaristas de todos os lados têm sido sinceros acerca do que vêem como dilemas de Timor Leste ao tentar equilibrar as duas nações gigantes.
Políticos e comentaristas de todos os lados têm sido sinceros acerca do que vêem como dilemas de Timor Leste ao tentar equilibrar as duas nações gigantes.
A partir da mudança rápida de fidelidade da China para Taiwan em Kiribati, até à ameaça dos cidadãos de etnia chinesa durante os tumultos de Abril em Honiara, o "fator China" está provocando o caos em toda a região. Os habitantes locais receiam que as potências hegemônicas regionais - China, EUA e Austrália - desempenhem um papel maior nesta instabilidade do que qualquer instabilidade civil orgânica.
Muito tem sido dito na imprensa australiana sobre o papel das divisões étnicas entre o leste e oeste de Timor Leste na origem da violência, divisão esta muito conveniente se você quiser usar o caos civil como um pretexto para o envio de forças militares e, assim sendo, manter o país sob sua esfera de influência.
Muito tem sido dito na imprensa australiana sobre o papel das divisões étnicas entre o leste e oeste de Timor Leste na origem da violência, divisão esta muito conveniente se você quiser usar o caos civil como um pretexto para o envio de forças militares e, assim sendo, manter o país sob sua esfera de influência.

A grande questão é, naturalmente, se a Austrália permite que Timor Leste se perca na anarquia, ao estilo das ilhas Salomão, possibilitando assim que suas tropas sejam depois destacadas para este local estratégico.
Se a situação atual de Timor Leste faz parte das políticas da Nova Guerra Fria, então os povos da Ásia-Pacífico têm muito a recear - e Camberra tem muito para responder.”
A Austrália é mesmo muy amiga dos timorenses. E se não fosse pelos esforços de Mari Alkatiri, o petróleo timorense teria ido para as calendas. Para Camberra, melhor dizendo.
Timor Leste é um novo país, sempre que um país invasor surge no horizonte do poder coercitivo de grupos dominantes, quem perde é o povo, também quem paga a conta é sempre os mais lascados na vida.
ResponderExcluirAs guerras sempre foi feito para agradar os gurus do poder particular, quantas guerras se construiu no mundo até hoje, percebemos que ambição humana sempre pregou a intolerância entre os grupos.Será que às guerras resolveram os problemas das nações?
ResponderExcluir