sábado, 29 de janeiro de 2011

127 horas


No livro Cem dias entre céu e mar, Amyr Klink conta a história trágica de três casais que estavam a bordo de um veleiro no mar mediterrâneo. Durante uma calmaria, os seis tripulantes decidiram pular na água e dar umas braçadas ao redor do barco. O entusiasmo virou desespero quando eles se deram conta de que ninguém fora suficientemente atento para baixar a escada de acesso ao convés. O descuido custou caro: morreram todos depois de tentar, em vão, escalar o veleiro.
O filme 127 horas, com estréia prevista no Brasil para 18 de fevereiro, retrata bem o terror 'banal', originado a partir de uma situação improvável e de absoluta simplicidade.
Sobram exemplos de trabalhos mal sucedidos sobre o tema, como o filme Mar Aberto (aquele do casal que vai mergulhar e é esquecido em alto mar na companhia de um cardume de tubarões) e o livro A Garota que amava Tom Gordon, de Stephen King (menina vai fazer xixi, perde-se da família num parque florestal americano e passa nove dias vagando sem rumo).
O fato é que atrair a atenção do espectador durante uma hora e meia, sobre uma única pessoa, parada quase o tempo todo no mesmo lugar, não é tarefa fácil. Podemos apostar todas as fichas numa chatice sem fim. Este não é o caso de 127 horas, no entanto. Graças à inteligência do diretor Danny Boyle e do ator James Franco. Este interpreta um montanhista que, num sábado ensolarado, encontra-se subitamente preso embaixo de uma pedra, no meio de uma região inóspita do estado de Utah. Da incredulidade ao pânico é um pulo. E o desfecho da história abala os nervos (vários desmaiaram durante a apresentação no Festival de Toronto).
A indicação de Franco ao Oscar de melhor ator em 2011 não parece injusta. Ele convence quando mostra a angústia do personagem e a sua progressiva degradação, pela dor, falta de água e de comida. Filme interessantíssimo, baseado na biografia de Aron Ralston (Between a rock and a hard place, publicada em 2004).

 

5 comentários:

  1. Só assistirei este filme se vc me contar o final e se ele escapar...

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  2. Cirilo como vão as coisas por estas bandas... segui o seu conselho e já baixe o filme. abraços

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  3. Mãe, o final é eletrizante. Tô proibido de antecipar...bjo!

    Fala Rogério! Saudades de vocês, bicho. Por aqui o batente tá o mesmo e pelo menos estamos mais secos do que vocês...
    Esse filme é bom demais. Bem impressionante. Um abração pra você e pra Rita.

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  4. Olá, procurei na net um filme que já vi o trailler uma vez sobre algo parecido, uns casais que vao tomar banho e esquecem de puxar a escada do barco em que estavam. Nao encontrei o filme. Voce sabe informar?

    Elisson Farias

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  5. Grande Anônimo,

    o nome do filme que vc busca é MAR ABERTO 2.

    Um abraço!

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