terça-feira, 31 de agosto de 2010

Bali - Parte 6




Em Bali os templos Bali-Hindu se misturam com as casas e com os pequenos prédios comerciais. Encontramos muitos deles abertos e meio desertos. Abaixo, um grupo de vendedores na praia de Kuta aguardando a passagem de um desavisado turista mineiro.


Aproximadamente 93% dos 3 milhões e meio de habitantes de Bali professam a religião Hindu. E é tradição local colocar oferendas em locais públicos, como entrada dos templos, calçadas e praia. Colocam até no painel dos táxis. A oferenda, um pequeno cesto com flores, incenso e às vezes biscoito, tem um cheiro fortíssimo. Dá pra sentir os taxistas passando a 20 metros de distância.


Coisa intrigante em Bali é a Tourist Police. Não consegui apurar se ela existe para proteger os turistas ou proteger os indonésios dos turistas. Digo isso porque na porta do meu hotel tem uma delegacia e poucos metros de distância trabalha um traficante que já tentou me vender marijuana e cocaine umas 10 vezes. E todas as vezes que ele me dirigiu a palavra eu o ameacei com a pena de morte (Death penalty for drug dealers!!). Estranho é que ele sempre saiu rindo da minha cara na direção da delegacia de polícia.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Bali - Parte 5


Como eu já disse antes, a comida por aqui é realmente barata. Seguindo recomendação da Adriana Setti do blog Achados, fomos parar num restaurante japonês chamado Ryoshi, em Seminyak, praia vizinha de Kuta. Muito bom e com uns peixes brancos diferentes, que eu não tinha visto no Brasil. Dá pra sair rolando junto com a esposa por 20 dólares (incluindo a Bintang).

Ontem estivemos no restaurante Rumors, também em Seminyak, para comer uma lagosta famosa que custa 13 dólares. Acabei comendo um macarrão com lagosta por 9 dólares, que prometia POUCA pimenta. O negócio é que o pessoal daqui não tem muita noção do que é comida apimentada. Quase passei mal e tive que tomar umas quatro bintangs para ajudar a descer o jantar.

Coisa engraçada que já reparei nos indonésios é a necessidade que eles têm de perguntar para onde você vai, de onde vem, o que vai fazer à noite, etc. A estratégia elaborada pela Alice e que tem nos trazido grandes benefícios é responder prontamente em idiomas absolutamente desconhecidos deles, como Português e Tétum. Vendedor tenta me vender marijuana ou o dente da mãe por 10.000 rupias, eu chego e respondo: brigadão, cara. Quero não! Ele vai embora rapidinho.


A praia de Kuta possui um diferencial: é o local disputado por renomados surfistas internacionais. A Alice teve sorte de fotografar o momento exato em que um deles executava com elegância manobra de altíssima complexidade.


Kuta também é famosa pelas mais belas, caras e disputadas massagistas da Ásia. Os turistas praticamente imploram por meia hora de atenção destas profissionais.

domingo, 29 de agosto de 2010

Bali - Parte 4

Hoje aconteceu comigo um fato especial: fui mordido por um macaco. Calma, mãe! Pegou de leve.

Bem cedo viajamos para a parte central da ilha de Bali e visitamos um lugar chamado Ubud. Lá existe a Floresta dos Macacos, na qual a pessoa paga 20.000 rupias para entrar e mais 10.000 por um cacho de bananas e pode dar uma volta no meio dos macacos mais folgados da face da terra. São dezenas deles espalhados entre os turistas. Quando observam que alguém tem banana na mão, não fazem cerimônia e pulam em cima. A Alice captou um momento em que eu estava sendo despido por um amigo (aqui os macacos são os nossos melhores amigos). 

Tirando uma ou outra possível agressão física, o passeio é interessantíssimo. Pretendo voltar em breve, sem comprar bananas.

Antes de passarmos na floresta, visitamos lojas de artesanato local, que vendem prata, tecido local e esculturas feitas em madeira. É tanto badulaque que fica difícil decidir.


Momento de interação animal com meus novos amigos indonésios.



Dança típíca balinesa. Meio teatral e com um dragão que parece o bumba-meu-boi.


No fundos de um restaurante, um campo que me lembrou as paisagens do Rambo.



Aqui o litro da gasolina custa 4.500 rupias. Mais ou menos 90 centavos de real.


sábado, 28 de agosto de 2010

Bali - Parte 3

Quem acha que os vendedores baianos são insistentes, ainda não conheceu os indonésios. Conforme eu já havia sido advertido, os turistas em Bali são constantemente pressionados pelos vendedores para comprar chapéu, camiseta, apoiador de cabeça (??), passeios no vulcão, aulas de surfe, transportes de carro ou moto e massagem. Dependendo da nossa oferta, vendem o dente da mãe.

Logo que cheguei hoje na praia uma senhora massagista agarrou meu braço e começou a me apertar dizendo, "massage!", "massage!", ao mesmo tempo que outro sujeito insistia para que nós alugássemos umas cadeiras de praia pela "bagatela" de 15 dólares, ou 150.000 mil rupias. Mas eles não conseguiram minar minha paciência. Estou me preparando para Bangcoc.

Fui comprar umas camisetas da Bintang (oferecidas a cada 15 metros) e me pediram 10 dólares por cada uma. Seguindo o conselho do amigo Rodrigo Esteves, ofereci rapidamente 10 dólares por TRÊS CAMISETAS. Não consegui. Levei duas e o vendedor fez uma mandinga rápida, dando um peteleco no meu braço (ouvi que a circulação de dinheiro no comércio tem uma forte conotação espiritual para os indonésios. A venda foi concluída com a entrega do dinheiro e um toque rápido no meu corpo - ainda bem que foi no meu braço).







sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Bali - Parte 2

Praia murada, as mais diversas bugingangas por 3 dólares, tráfego maluco de carros e motos por vias estreitas, droga vendida em cada esquina e gringos australianos e europeus. Esta é Kuta, 'point' de Bali.





Bali - Parte 1



Chegamos hoje em Bali e de cara fomos brindados com a alegria e fraternidade dos indonésios. Ao lado da fila de imigração, há o seguinte aviso: "Pena de morte para traficantes".

Eu, mineiro pouco acostumado com essas coisas, tirei logo umas três fotos para mostrar para os amigos. Quando chegou a minha vez de apresentar o passaporte, fui gentilmente interrogado sobre as fotografias que tinha acabado de tirar e, com o maior carinho, compelido a esvaziar o conteúdo da minha máquina, sob o fundamento de que, naquele aeroporto, é proibido tirar foto. Tudo dentro da melhor cordialidade balinesa.
Mas eu estava disposto a documentar aquela advertência seríssima. Logo adiante, quando percebi que não havia um bondoso policial indonésio por perto, tirei a foto acima. Aqui a democracia é assim, bem democrática.

Quando fui passear na praia, bastaram poucos minutos para ouvir: marijuana? (maconha). Eu logo emendei: "Death penalty for drug traffickers!".

Em 2004 o brasileiro Marcos Archer foi condenado na Indonésia por tráfico de drogas, ao entrar no país com 13 quilos de cocaína peruana escondidos na sua asa delta. Para mais informações sobre o caso, clique no seguinte link:

 http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u685909.shtml



Estamos hospedados na praia mais movimentada de Bali, chamada Kuta. É bem sofisticada, com lojas variadas e produtos baratíssimos. Minha felicidade aumentou bastante logo após entrar na McDonald's: uma promoção número 1 do Big Mac custa 3 dólares. Dois sundaes de chocolates, 1 dólar. Desse jeito, volto rolando para Timor Leste.


Impressionante como é fácil ser milionário em Bali. Mal cheguei, troquei 200 dólares e pimba! Estava com a impressionante quantia de 1.770.000,00 rupias, moeda local. O detalhe é que um dólar vale 8.850 rupias. De qualquer forma, o que conta é o fator psicológico...rs.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Malaysia Truly Asia

A Malásia é um país de maioria muçulmana tido como liberal, ocidentalizado. Há alguns anos o governo criou uma campanha de incentivo ao turismo, cujo slogan é "Malaysia truly Asia".

A tática é mostrar as belezas naturais, que são muitas, de uma forma bem light, para atrair o pessoal de fora (e para que o turista não fique achando que vai topar com um homem bomba dentro do lobby do seu hotel).

O comercial de 2010 passa umas 20 vezes por dia na televisão daqui. Coisa curiosa é que eu sempre paro pra assistir...É fantástico!

Postei o vídeo na íntegra, mas o comercial é bem menor, com um minuto de duração.

Resolvi seguir o conselho do querido DJ Paulão e, a partir de agora, vou dar preferência nos posts para as novidades do sudeste asiático.

"If" de Rudyard Kipling

Esse poema é certamente um dos mais bonitos que já li. Segue primeiro a tradução e depois a versão original em inglês.

Se

Se és capaz de manter a tua calma quando

Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;

De crer em ti quando estão todos duvidando,

E para esses no entanto achar uma desculpa;

Se és capaz de esperar sem te desesperares,

Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,

Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,

E não parecer bom demais, nem pretensioso;



Se és capaz de pensar --sem que a isso só te atires,

De sonhar --sem fazer dos sonhos teus senhores.

Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires

Tratar da mesma forma a esses dois impostores;

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas

Em armadilhas as verdades que disseste,

E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,

E refazê-las com o bem pouco que te reste;



Se és capaz de arriscar numa única parada

Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,

E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,

Resignado, tornar ao ponto de partida;

De forçar coração, nervos, músculos, tudo

A dar seja o que for que neles ainda existe,

E a persistir assim quando, exaustos, contudo

Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";



Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes

E, entre reis, não perder a naturalidade,

E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,

Se a todos podes ser de alguma utilidade,

E se és capaz de dar, segundo por segundo,

Ao minuto fatal todo o valor e brilho,

Tua é a terra com tudo o que existe no mundo

E o que mais --tu serás um homem, ó meu filho!


If

If you can keep your head when all about you

Are losing theirs and blaming it on you,

If you can trust yourself when all men doubt you

But make allowance for their doubting too,

If you can wait and not be tired by waiting,

Or being lied about, don't deal in lies,

Or being hated, don't give way to hating,

And yet don't look too good, nor talk too wise;



If you can dream--and not make dreams your master,

If you can think--and not make thoughts your aim;

If you can meet with Triumph and Disaster

And treat those two impostors just the same;

If you can bear to hear the truth you've spoken

Twisted by knaves to make a trap for fools,

Or watch the things you gave your life to, broken,

And stoop and build 'em up with worn-out tools;



If you can make one heap of all your winnings

And risk it all on one turn of pitch-and-toss,

And lose, and start again at your beginnings

And never breath a word about your loss;

If you can force your heart and nerve and sinew

To serve your turn long after they are gone,

And so hold on when there is nothing in you

Except the Will which says to them: "Hold on!"



If you can talk with crowds and keep your virtue,

Or walk with kings --nor lose the common touch,

If neither foes nor loving friends can hurt you;

If all men count with you, but none too much,

If you can fill the unforgiving minute

With sixty seconds' worth of distance run,

Yours is the Earth and everything that's in it,

And --which is more-- you'll be a Man, my son!


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Saudades do Murta

Talvez eu tenha sido Tricordiano numa encarnação passada. Na faculdade fiz um grande amigo, Emílio Peluso, nascido em Três Corações. Alguns anos depois da graduação, conheci em BH outra grande figura, Thiago Murta, também criado na terra do Pelé. Os pais de ambos conviveram em Três Corações e, quando o Murtão se mudou para BH, o pai do Emílio, Dr. Tuffi Neder Meyer, publicou um artigo no jornal local sob o título "Saudades do Murta", devido às inúmeras proezas do Murta pai e sobre a sua importância para a cidade de Três Corações.

Hoje, em Timor Leste, estou furtando o título do Tuffi para lembrar do Murta filho. Nos conhecemos em 2006 (por intermédio de outro amigo de Três Corações...rs) e juntos tocamos numa banda cover dos Beatles chamada Help Us (ele na guitarra, eu na bateria).

Em 2007 nos enveredamos para o rock de peso e montamos um trio pancada com o Ricardo Machado, o Cadinho. Perdi a noção de quantas vezes e em quais lugares tocamos juntos. Hoje o Thiago é o maior guitarrista de Belo Horizonte e continua tocando rock'n roll. E eu aqui de longe lembro da nossa bagunça e falo que é grande a saudade do Murta. Um abração, cara!

Não resisti e anexei essa foto hilária de Buenos Aires, dias depois da farra no Bilhar 68 e da corrida com Rottweiler! Rsrs.


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Holanda, um lugar estranho com gente esquisita



Estive duas vezes na Holanda e afirmo: quem pensa que o país é a terra do baseado solto nas ruas e das mulheres estonteantes, loucas para fazer sacanagem no banco da praça, está enganado. Quer dizer, pessoas bonitas de fato existem por lá. Mas definitivamente a Holanda não é a terra do oba oba.

Certas drogas são liberadas, mas devem ser consumidas em locais específicos, que não vendem bebida alcoólica. O país é pródigo em cervejas deliciosas, mas você acha que dá pra sair bebendo uma Amstel na rua como se estivesse em Salvador? Sem chance. Eu, mineiro desavisado (acostumado com comida de boteco), tomava uma gelada às 11 da manhã na praça quando fui abordado por um transeunte, que disse calmamente: ou o senhor joga fora sua cerveja ou chamarei a polícia. Eu falei: putz!

Outra vez, entrei num pub com minha esposa e sentamos. A dona do bar, uma loira mal humorada apareceu e disse: o que vocês querem? Queremos tomar cerveja, tia. Ela respondeu de pronto: quantas cervejas vocês vão tomar? Para um Belorizontino, perguntar isso pro cliente é uma verdadeira heresia.

Na casa do Rembrandt, a Alice voltou numa sala pela qual já tinha passado e foi duramente advertida por um senhor, que deu uma aula sobre os malefícios de andar na contramão.

Esses episódios provam como os holandeses são rígidos e grossos. Um povinho chato pra caramba que vende a idéia de ser descolado.

Quanto às prostitutas, vejam o seguinte: elas ficam numas vitrines no red light district (ou zona da luz vermelha), putas da vida (um pleonasmo?), morrendo de tédio. A grande maioria é feia pra encardir e se diverte tirando onda da cara dos estrangeiros (parados em frente às vitrines, tentando tirar foto).

É incrível como o povo é rude. Na McDonad's chegam para servir e dizem: "O quê que você quer?". Sem bom dia, boa noite ou gentileza parecida.

Para arrematar, os prédio são charmosos tortos, como é possível verificar na foto que anexei. Segundo uma teoria bastante plausível de um amigo meu, os pedreiros estavam quebrando um fino enquanto assentavam os tijolos.

Diante disso tudo, vale a pena visitar a Holanda? Sem dúvida. Mas depois de poucos dias de estadia, o país e seu povo tornam-se absolutamente insuportáveis.

Desciclopédia sobre Belo Horizonte

O site Desciclopédia é uma paródia do Wikipédia e reúne artigos que sacaneiam tudo e todos, muitas vezes de forma inteligente. O texto sobre BH foi eleito como um dos melhores do site e aqui vai um trecho dele sobre a minha querida Belzonti...Ai que saudade de psiá no chopi e psiá na savassi...rsrsrs. Vale a pena sublinhar: esta gozação não é de minha autoria.


Belo Horizonte (Belzonti em minerês), cuja sigla é BH (não confundir com aquele fim-de-mundo chamado de Bahia), é a maior cidade de Minas Gerais, o que não quer dizer muita coisa. Também foi a primeira cidade brasileira a ser conhecida por uma sigla (BH) e a ganhar um apelidinho idiota, Belô, donde derivaram Sampa, Floripa e Jequitinhonha, entre outras imbecilidades.
Se a Austrália é a maior ilha do mundo, Beagá é a maior roça descoberta do planeta. Ainda que esteja repleta de tecnologia e avanços, como o último lançamento da carroça voadora, puxada por um jumento mecânico alimentado a fusão nuclear, os habitantes tendem a conservar estados de espírito quase amish. As diversões dessa população se restringem a "psiá na Savassi", "psiá no chópi" (falando bem pausadamente), "vê jog'no Minerão no domingo, sô" (também pausadamente pronunciado) ou "tomá uma" em algum dos inúmeros butecos de cada esquina.
A distância da praia torna os habitantes da cidade profundamente infelizes, deprimidos e paranóicos, em especial pelo fato de a temperatura média da cidade ficar em torno dos 38º durante o ano todo. Somente em dezembro os beaguenses viajam para o litoral (não para a praia) no Espírito Santo, onde ficam satisfeitos em chamar aquilo de mar e aquilo de areia, visto que, em Beagá, areia é só de construção e água salgada é só pra macarrão no domingo.
Não é conhecido o motivo pelo qual preferem ir ao Espírito Santo, uma vez que o Rio de Janeiro fica mais perto da cidade. Segundo algumas edições da Wikipedia, isso é parte de um histórico plano mirabolante para anexar todo o ES e o sul da Bahia e formar uma república independente.
Como Belo Horizonte é o centro comunista secreto do Sudeste há suspeitas de que seja parte da revolução antibrasileira, aliada com o Uruguai, a Argentina e Eixo do Mal.
Os belorizontinos (ou supramineiros, como preferem ser chamados) adoram listar as grandes vantagens de BH em relação a todas as outras cidades do mundo. Isso inclui uma extensa lista de grandiosos pontos turísticos incomparáveis que nunca são visitados, nem mesmo pelos moradores locais. Os mais famosos são:


Lagoa Putrefacta da Pampulha


Rud'Minduim (rua do Amendoim)


Pirulito da Psá Sete


Complexo de Diversões Guaicurus (CDG)


Shopping Oi


Bolão's Rango Place


Túni da Laguinha (em português, "Túnel da Lagoinha")


Cemitério do Bonfim


New Sagitariu's Night Club


Prasda Liberdade (destruída em 2006 por uma chuva de meteoros; vide o item "Grande Cataclisma" abaixo)


Bairro Buritis


Çaváci


Mineirão

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A verdade de Drummond

A VERDADE

A porta da verdade estava aberta

mas só deixava passar

meia pessoa de cada vez.


Assim não era possível atingir toda a verdade,

porque a meia pessoa que entrava

só conseguia o perfil de meia verdade.

E sua segunda metade

voltava igualmente com meio perfil.

E os meios perfis não coincidiam.


Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.

Chegaram ao lugar luminoso

onde a verdade esplendia os seus fogos.

Era dividida em duas metades

diferentes uma da outra.


Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.

Nenhuma das duas era perfeitamente bela.

E era preciso optar. Cada um optou

conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.


Segundo informado no site algumapoesia.com.br, este poema apareceu inicialmente no livro Corpo, de 1984, um ano antes da publicação de Contos Plausíveis, de onde foi extraída esta versão. Entre as duas edições há ligeiras mudanças.

Em Corpo, o título era "Verdade". Depois foi modificado para "A Verdade Dividida". No terceiro verso da terceira estrofe, o que era "seus fogos", passou a ser "os seus fogos". Na mesma estrofe, o que antes era "metades" transformou-se em "duas metades". Na última estrofe, em lugar de "perfeitamente bela", como se lê ao lado, estava "totalmente bela". O trecho "E carecia optar" evoluiu para "E era preciso optar". A frase final permaneceu a mesma, mas a palavra "conforme" pertencia, antes, ao penúltimo verso.

domingo, 22 de agosto de 2010

Allan Sieber

Estes e outros cartuns podem ser encontrados no site oficial do Allan Sieber, http://www2.uol.com.br/allansieber/cartuns.htm.

Bintang

"Quem não tem mar, vai ao bar". Esse é o lema do Belorizontino. Em Dili tem mar, mas nem por isso deixamos de ir ao bar. Ou pelo menos de beber uma boa gelada. Como em BH, opções aqui não faltam.

 Logo que vim pra cá, passei por  Cingapura e me serviram a Tiger, cerveja local. Boa, mas infelizmente provoca em mim sério revertério intestinal.

As australianas mais comuns por aqui são a VG, Four X Gold e Melbourne Bitter, as holandesas Heineken e Amstel  e a portuguesa é a Sagres.

Entretanto, nenhuma delas bate a nossa querida BINTANG, fabricada na indonésia por uma empresa subsidiária da Heineken. Leve e com um gosto parecido com o da Brahma, desce bem sem provocar aquele indesejado piriri gangorra.

As empresas brasileiras de cerveja bem que poderiam trabalhar para vender a geladas nacionais aqui na Ásia. Iam faturar alto.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Super Timor

Este comercial da Costa do Marfim foi gravado em 1986 e já é bem conhecido dos internautas, sendo tido como um clássico da tosquice. No início do ano, quando informei meus amigos de que viria para Timor Leste, recebi um email com o link para acesso ao vídeo, que é muito engraçado. Devo ser a milésima pessoa que coloca esse vídeo num blog, mas enfim...vale a pena, seja pela musiquinha, seja pela coreografia. Ambas não saem da cabeça...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Otis Redding - Sitting on the dock of the bay



No início deste ano, por força de um projeto internacional, realizei o sonho de muitos mineiros: mudei para a praia. Mais precisamente, para Dili, capital de Timor Leste. A cidade é situada na porção norte do país e banhada pelo mar de Savu (ou pelo mar de Banda).

Eu e a minha esposa moramos na entrada para o porto de Dili, local de trânsito de grandes e pequenas embarcações (navios cargueiros, militares e de ajuda internacional, além de barcos pesqueiros menores). Acompanhar o vai e vem destes navios, que é coisa novíssima para nós dois, me faz lembrar sempre de uma música do Otis Redding chamada Sitting on the dock of the bay (algo como "sentado no píer do porto".

A letra diz o seguinte: "Sittin in the morning sun, I`ll be sittin' when the evening come, watching the ships roll in, and I'll watch 'em roll away again, I'm sittin' on the dock of the bay, watching the tide roll away, I'm just sittin' on the dock of the bay, wasting time." (Sentado ao sol da manhã, eu vou ficar sentado até que a tarde acabe, vendo os navios chegando, então eu vou vê-los partirem de novo, sentado no pier do porto, vendo a maré ir, sentado no pior do porto, deixando o tempo passar...).

Pelo que sei, essa música já foi regravada pelo Coldplay e pelo Pearl Jam. Bacana demais!

45 lições que a vida me ensinou

Obs: a vida ainda não ensinou tanta coisa para mim. Estas "lições" foram tiradas do blog MINHA LITERATURA AGORA, interessantíssimo por sinal.

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno...

3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.

4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.

5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.

6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.

7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.

8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.

9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.

10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.

11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.

12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.

14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.

16. Respire fundo. Isso acalma a mente.

17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.

18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.

19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.

20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.

21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use lingerie chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.

22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.

23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você.

26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'

27. Sempre escolha a vida.

28. Perdoe tudo de todo mundo.

29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.

31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.

32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.

33. Acredite em milagres.

34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.

35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.

36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.

37. Suas crianças têm apenas uma infância.

38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou

39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.

41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.

42. O melhor ainda está por vir.

43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.

44. Produza!

45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente


Escrito por Regina Brett (90 anos)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Intermitências de Saramago

Em 2005, por influência do amigo Emílio Peluso, adquiri dois livros do Saramago: Ensaio sobre a cegueira e O evangelho segundo Jesus Cristo (na verdade, ganhei os dois da minha tia Cristina). Após vencer a natural insatisfação com a falta de pontos finais, travessões e parágrafos, descobri uma riqueza literária fabulosa.

 Para livros sigo um raciocínio semelhante ao dos filmes: se é bom, faz parar pra pensar. Não deu outra, gostei tanto que dei o Ensaio para uns estagiários. Em 2008, li o Evangelho. Com esse tive que romper uma barreira maior ainda, diante da minha quase absoluta ignorância bíblica. Superei esse problema, engatei segunda e não parei. Não dá pra largar esse livro. Espetacular.


Neste ano fui apresentado em Timor Leste, por gentileza da Dra. Leonor, juíza portuguesa, ao Intermitências sobre a morte. Livro que mistura humor negro e reflexões apuradas sobre o ser humano e que narra a história de um país no qual as pessoas simplesmente param de morrer. E o fenômeno só acontece dentro dos limites territoriais daquele lugar imaginário.

As consequências são terríveis e dentre elas surgem o caos previdenciário, o fomento da atividade mafiosa (os criminosos levavam os moribundos, mediante pagamento, para morrer no país vizinho) e a personificação da morte, que acaba se manifestando para os vivos e mudando seu "modo de trabalho" Livro  inacreditável que prova o quanto Saramago foi um autor sensacional.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dave Abbruzzese, o eterno baterista do Pearl Jam

Quem acompanhou a carreira do Pearl Jam desde os anos 90, reparou que os caras, além de perderem aquela veia pancada que trouxeram do primeiro álbum TEN, trocaram várias vezes de baterista.

O primeiro a gravar, apesar de ser um bom batera, durou muito pouco. Depois, o Abbruzzese entrou e fez fama com sua pegada e estilo inigualáveis. Participou da turnê do TEN e gravou o VERSUS, cd bacana que tem uns hits mais pesados, como rearview mirror.

A saída desse baterista ainda é meio misteriosa, mas dizem que aconteceu porque os caras da banda queriam manter uma postura meio bicho do mato introspectiva, o que desagradou o baterista, que queria mesmo é aparecer na MTV e comer mulher.




O fato é que o PJ demitiu o batera e nunca mais foi a mesma banda. Depois se enveredou pra uma pegada meio folk, meio country, sem a antiga pancadaria bacana que movimentava multidões. Uma pena, porque Dave Abbruzzese é sinônimo de técnica, pancada e qualidade sonora. E prova o contrário para quem acha que grunge é só Nirvana e não presta pra nada.


Irresistível vampira sueca

Sempre fui fã de filmes de suspense e acho que as grandes obras do gênero tendem a economizar em cenas de monstros e assombrações. Causam impacto muito maior quando deixam os acontecimentos sombrios para o imaginário do espectador (como Stanley Kubrick fez com maestria em O Iluminado, por exemplo).

O sueco Deixe ela entrar é um filme inteligente e perturbador. Foge do padrão das tramas vampirescas. Não temos aqui a figura estereotipada do vampiro como macho alfa. Aquele que derrete o coração das suas vítimas inocentes e as carrega para o mundo da escuridão. Não há conotação sexual nem dilemas sobre o abandono da condição humana. Nada disso. Há um menino branquelo fragilizado de um lado e do outro a sua heroína, menina que também sofre com a solidão e com o fato de estar permanentemente presa no corpo de uma pessoa de 12 anos de idade.

A história se passa num cenário lúgubre de Estocolmo e mostra a vida de Oskar, menino infeliz, constantemente subjugado pelos seus colegas, ansioso pelo momento de retribuir as agressões que sofreu. Muito tímido, ele é abordado um dia pela menina recém chegada à vizinhança, que acaba se tornando sua única amiga.

A vizinha, Eli, é uma vampira diferente: paupérrima, em fuga constante e que não sente nenhum prazer no ato de morder os outros. Sobrevive graças à ajuda de um senhor que se passa por seu pai (ele é quem sai, degola as vítimas e traz o lanche pra casa). Detalhe que o guardião não é vampiro e bebe leite.

O filme definitivamente não é de terror. Mas assusta em cenas que escondem os fatos do espectador.  Por exemplo: num dia o senhor que cuida da vampira sai para buscar sangue e se atrapalha, esquecendo o jantar no parque. Ele toma um pito da menina, mas a câmera não focaliza a vampira e podemos ouvi-la xingando com uma voz gutural. Cena bastante sinistra.

No mais, Deixe ela entrar é uma história de amor incomum. Filmaço que termina de forma inesperada e que faz a gente lembrar dele muito tempo depois.

The annoying orange

Existem coisas na internet que, à primeira vista, só podem ser taxadas de estúpidas. Algumas de fato o são. Porém, outras podem surpreender pela criatividade. É o caso da hilária Annoying Orange, cujo vídeo foi indicado pelo querido Marcelo Hanói de Belo Horizonte. Valeu, cara! É realmente muito engraçado. Irritante, mas engraçado...

10 motivos para ouvir Stevie Ray Vaughan

O guitarrista texano genial, extravagante, cachaceiro, falecido no início da década de 80 em circunstâncias estranhas envolvendo Eric Clapton (SRV supostamente embarcou, logo após um show, num helicóptero que era destinado ao Clapton e o helicóptero colidiu com uma rampa de esqui, matando todos os passageiros), deve ser ouvido nos mínimos detalhes, não somente pela sua inacreditável habilidade técnica, mas principalmente pela beleza e originalidade das suas canções.
Seguem 10 motivos para ouvir sem parar Stevie Ray Vaughan:
1) Para muitos, inclusive para este blogueiro, ele tocava mais guitarra do que Jimmy Hendrix;
2) As suas versões de algumas músicas do Hendrix, como Voodoo Chile, parecem superar em musicalidade as versões originais;
3) O cara cantava uma barbaridade;
4) Tinha visual e atitudes muito irreverentes, como se pode ver no clipe da música cold shot;
5) Tocava um estilo blues/rock animadíssimo, daqueles que fazem a vovó chacoalhar as canelas;
6) Não fazia a barulheira distorcida que fazem Steve Vai e cia ltda;
7) Falando em Steve Vai, botava ele e sua turma no chinelo, em todos os aspectos;
8) É dele a canção Life without you, de beleza quase incomparável na música americana;
9) Abria shows para o Eric Clapton e deixava este meio sem saber o que fazer para manter o nível do som;
10) Suas músicas são parâmetro de dificuldade para qualquer guitarrista com pretensões musicais  e que queria tocar mais que Legião Urbana ou Nirvana.

Enfim, vale muito a pena escutar Stevie Ray Vaughan!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A razão deste blog

Este blog, absolutamente despretensioso, tem a pretensão de dividir com as pessoas minhas idéias sobre música, literatura, cinema, viagens, direito e sobre as coisas que parecem relevantes e merecem ser comentadas.
Sobre o título deste blog, esclareço: Ataúro é uma ilha da costa norte de Timor-Leste, país no qual resido atualmente com minha esposa, Alice. A presença de Ataúro é constante em nossas vidas, porque diariamente nos deparamos com ela em frente à nossa casa, em Dili, Timor-Leste (para quem não sabe, um pequeno país situado no sul da Ásia).
Não sei no que isso vai dar, estou apenas começando...