A situação econômica, política e social de Timor-Leste após 1999 era catastrófica. Já mostrei neste blog algumas marcas de destruição física, que até hoje chamam atenção nas ruas de Dili. Tudo indica que o exército indonésio quis aniquilar completamente qualquer resquício de desenvolvimento, de modo que o povo timorense lamentasse durante décadas a 'ousadia' de querer se emancipar da potência vizinha (digo que a Indonésia é uma potência porque, dentro do padrão econômico asiático, o país do general Suharto se destaca).
O pesquisador português Antônio Barbedo de Magalhães ilustra bem a realidade local constatada pela equipe da ONU que formou o governo transitório em Timor-Leste (UNTAET): “Sérgio Vieira de Mello chegou a Dili em 17 de novembro e encontrou um país completamente devastado. A administração pública deixara de existir. A maior parte dos cargos de responsabilidade tinham sido ocupados por indonésios, entretanto regressados ao seu país. Não havia polícia, pelos mesmos motivos. As escolas tinham deixado de funcionar. A maior parte delas foi destruída, os livros e o mobiliário queimados, e muitos professores tinham fugido ou sido deportados à força. Os equipamentos de produção e distribuição de electricidade tinham sido sabotados. O mesmo acontecera aos serviços telefónicos. Praticamente não havia lojas, sobretudo em Dili, porque tinham sido saqueadas e incendiadas. Também não havia serviço postal. E mesmo os sistemas de abastecimento de águas tinham sido danificados, em muitos casos.” (Timor-Leste: Interesses internacionais e actores locais, v. III, Editora Afrontamento, 2007, p. 623).
Hoje, passados mais de 10 anos do 'setembro negro', a precariedade do comércio e do serviço público ainda é significativa. Porém a restruturação econômica do país começou e se olharmos com atenção o que de novo surge em Dili, temos motivo para otimismo. As coisas vão melhorar, contanto que a eleição de 2012 não termine em guerra civil e que a saída do pessoal da ONU aconteça gradativamente, evitando com isso os erros de 2005.
Timor Plaza, o primeiro shopping center de Timor Leste. Obra com entrega prevista para o meio do ano que vem. Parece que vai ter até sala de cinema.
Compound de chineses, com restaurante novíssimo à beira mar. As casas são alugadas pela bagatela de 4.500 dólares por mês.
Quem não tem cachorro caça com gato. Enquanto McDonald's, KFC e Burguer King não vêm pra cá, nos viramos com o Street Burguer King dos singapurianos.
Tenho confiança em 2 fatos importantes:primeiro,Timor-Leste vai conseguir conseguir caminhar com as próprias pernas e se tornar uma nação soberana; segundo, quando o Timor Plaza for inaugurado, vcs estarão curtindo um cineminha no BH Shopping...
ResponderExcluirDeus te ouça...Bjo!
ResponderExcluirEsse negócio de "quem não tem cão caça com gato" em referência ao Street Burger King é mera coincidência já que não é baseado em fatos reais e nenhum animal (doméstico) foi ferido durante as filmagens...
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