Há em Dili um cidadão que diariamente, debaixo desse sol de rachar, pega seu chapéu, guarda chuva e seus cartazes (sempre os mesmos) e pára diante dos principais pontos da cidade para protestar. Quase todo dia, quando chego no tribunal, vejo aquele senhor com expressão fixa, seríssima, dizendo "Nós não somos escravos", "corrupção total" e "vergonha".
A peça raríssima é um australiano chamado Colin Hall. Pouco conheço sobre sua estória (pretendo abordá-lo qualquer dia desses e enchê-lo de perguntas indiscretas), mas, segundo informado num blog suspeitíssimo daqui de Timor, o sujeito tinha um negócio em Dili com sua esposa, que faliu por causa de mutretas de timorenses. E a questão, ao que tudo indica, foi abafada por pessoas influentes e tangenciada pelo Judiciário (fatos surpreendentes).
Não sei se o Sr. Colin é doido varrido ou está puto pra caramba. O fato é que, numa cidade pequena com gente do mundo inteiro, é no mínimo admirável uma pessoa que não se cansa de mostrar a cara na rua e pôr o dedo na ferida, apesar de toda a indiferença. O Brasil seria bem melhor se tivesse muitos com essa coragem. Só não entendi ainda porque esse senhor não pegou suas trouxas e cascou fora para o seu país de origem. Ainda vou descobrir.
É Cirilo também acho bem interessante essa figura, e fico curiosa de saber qual é a verdade desse caso.
ResponderExcluirEu não sei se é verdade, mas já ouvi dizer que ele não consegue sair do país por causa das inúmeras dívidas que tem aqui...
É uma explicação possível. Vou perguntar pra ele...rs. Bjo.
ResponderExcluirEssas pessoas são misteriosíssimas! Às vezes o fascínio é quebrado no primeiro contato, diante de uma explicação trivial, banal, totalmente boba.
ResponderExcluirMudando de assunto: adorei encontrar comentário da Dodora lá embaixo da mangueira, gente! Grande Dodora! Muitos beijos à querida Maria Auxiliadora! Quanta admiração eu tenho por sua mãe, Cirilo.
Beatriz, eu sou suspeito pra falar da admiração que tenho pela minha mãe. Ela é demais!
ResponderExcluirSobre o Collin Hall, descobri que o sujeito é mesmo DOIDO VARRIDO. Puxei conversa e ele simplesmente SURTOU na frente do tribunal. Berrou, bateu o guarda-chuva no meu carro e saiu correndo. Dureza viu!