segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Declare guerra

Estou felicíssimo com o fato de não ter que passar meses a escutar rock indonésio, canções relaxantes de Bali e porcarias do naipe de Jennifer Lopez e Akon (suplício que certamente me levaria a sofrer algum tipo de debilidade mental). Recebi do amigo André Piazza (cara, valeu mesmo!) uma coletânea do Barão Vermelho (banda brasileira que até hoje não se enveredou pela picaretagem EMO e mantém o estilo rock`n roll das antigas). No meio das pérolas encontrei a música DECLARE GUERRA, do CD de mesmo nome de 1986, que sempre me chamou atenção pela letra. Postei o vídeo da banda tocando com o Frejat, que acrescentou ao Barão o peso que faltava.

Vivendo em tempo fechado
Correndo atrás de abrigo
Exposto a tanto ataque
Você ta perdido

Nem parece o mesmo
Tá ficando pirado
Onde você encosta dá curto
Você passa, o mundo desaba

E pra te danar
Nada mais dá certo
E pra piorar
Os falsos amigos chegam
E pra te arrasar
Quem te governa não presta

Declare guerra aos que fingem te amar
A vida anda ruim na aldeia
Chega de passar a mão na cabeça
De quem te sacaneia

Vivendo em tempo fechado
Correndo atrás de abrigo
Exposto a tanto ataque
Você ta perdido

E pra se ajudar
Você faz promessas
E pra piorar
Até o papa te esquece
E pra te arrasar
Nem o inferno te aceita


3 comentários:

  1. Rapaz, que boa lembrança você teve, até já escutei a música também. Tenho , inclusive, esse disco do Barão em vinil. Esse álbum do Barão, eu lembro, surpreendeu na época por dois motivos. Um que foi o primeiro disco do Barão depois da saída do Cazuza e as más-línguas previam uma queda drástica da qualidade, que não houve. E depois pelo caráter não otimista nem festivo da banda, o que ocorreu nas outras bandas por ser o período do início da tal democracia brasileira, havia um clima de euforia no ar. Mas o Barão, não. Continuou declarando guerra, sem aderir a nenhum modismo.
    Viva o Barão, que na minha opinião ficou muito melhor sem o Cazuza.
    abraços.

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  2. Azarão, cresci com uma tia que é a verdadeira enciclopédia do rock. Ela tem tudo quanto é disco do Barão e sempre disse a mesma coisa. A banda não sofreu nenhum abalo com a saída do Cazuza. Muito pelo contrário. Um abraço!

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  3. Sempre achei a voz do Cazuza meio aguda para ser vocal de uma banda de rock. Quando ele saiu do Barão, quem saiu ganhando fomos nós, pois tivemos o privilégio de ouví-lo cantar e encantar com músicas do Cartola (O mundo é um moinho) e composições próprias como Codinome beija-flor, Brasil, etc. Já o Barão Vermelho continuou na linha do rock'n roll com letras absurdamente belas e com a voz grave e aveludada do Frejat. Ganhamos canções como: Quem me olha só, Guarde esta canção, O poeta está vivo... Nossa, são tantas que poderia passar a noite escrevendo. rs. Lembro de passar um ano procurando por um cd (Rock Geral) só prá completar minha coleção. rs. Adorei o elogio acima, Ci. Fiquei tão envaidecida que acho que vou explodir. Bjos, Míriam

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